Quanto preciso ganhar para financiar um imóvel no Brasil?
Entenda a regra de comprometimento de renda, simule valores para diferentes faixas salariais e descubra o imóvel ideal para o seu bolso.

Comprar a casa própria é um dos maiores sonhos dos brasileiros, mas antes de visitar imóveis e escolher a decoração, é fundamental entender: quanto você precisa ganhar para financiar um imóvel? A resposta depende de diversos fatores, como o valor do imóvel, prazo do financiamento, taxa de juros e, principalmente, a regra de comprometimento de renda exigida pelos bancos.
Neste guia completo, vamos explicar como os bancos calculam o limite de crédito, apresentar simulações práticas para diferentes faixas salariais e mostrar dicas para você conseguir financiar o imóvel dos seus sonhos. Se você está planejando comprar um apartamento ou casa, use nossa calculadora de renda fixa para entender quanto seu dinheiro pode render enquanto você junta a entrada.
Como funciona a regra dos 30% de comprometimento de renda
A principal regra que os bancos utilizam para aprovar um financiamento imobiliário é o limite de 30% de comprometimento da renda bruta familiar. Isso significa que a parcela do financiamento não pode ultrapassar 30% de tudo o que você (ou sua família) ganha por mês.
Essa regra existe para proteger tanto o comprador quanto a instituição financeira, garantindo que você consiga pagar as parcelas sem comprometer demais seu orçamento. Alguns bancos podem ser um pouco mais flexíveis, permitindo até 35% em casos específicos, mas a regra geral é de 30% da renda bruta.
Tabela: Quanto posso financiar com meu salário?
Com base na taxa Selic em 15% ao ano (dezembro/2025) e juros médios de financiamento em torno de 10% a 12% ao ano, veja a simulação para diferentes faixas de renda, considerando um financiamento de 30 anos pelo sistema SAC:
| Renda Bruta Mensal | Parcela Máxima (30%) | Valor Aproximado do Imóvel* |
|---|---|---|
| R$ 3.000 | R$ 900 | R$ 120.000 a R$ 150.000 |
| R$ 5.000 | R$ 1.500 | R$ 200.000 a R$ 250.000 |
| R$ 8.000 | R$ 2.400 | R$ 320.000 a R$ 400.000 |
| R$ 10.000 | R$ 3.000 | R$ 400.000 a R$ 500.000 |
| R$ 15.000 | R$ 4.500 | R$ 600.000 a R$ 750.000 |
| R$ 20.000 | R$ 6.000 | R$ 800.000 a R$ 1.000.000 |
*Valores aproximados considerando entrada de 20% e financiamento de 80% do imóvel em 360 meses. Os valores podem variar conforme banco, taxa de juros e análise de crédito.
Fatores que influenciam o valor do financiamento
Além da renda, outros fatores são fundamentais para determinar quanto você pode financiar:
1. Valor da entrada
A maioria dos bancos financia até 80% do valor do imóvel, exigindo uma entrada mínima de 20%. Quanto maior a entrada, menor será o valor financiado e, consequentemente, a parcela mensal. Se você ainda está juntando dinheiro para a entrada, confira nossa calculadora de juros compostos para planejar seus investimentos.
2. Prazo do financiamento
O prazo máximo geralmente é de 35 anos (420 meses), mas prazos mais longos significam mais juros pagos no total. Um prazo de 30 anos é comum, equilibrando parcela acessível e custo total.
3. Taxa de juros
As taxas variam entre 9% e 12% ao ano, dependendo do banco, do seu perfil de crédito e do tipo de financiamento. Com a Selic em 15%, as taxas estão em patamares mais elevados. Para mais detalhes sobre taxas dos principais bancos, leia nosso artigo sobre financiamento imobiliário e qual banco escolher.
4. Sistema de amortização (SAC ou Price)
No sistema SAC, as parcelas começam mais altas e diminuem com o tempo. No sistema Price, as parcelas são fixas. O SAC é mais comum e geralmente resulta em menos juros no longo prazo.
5. Uso do FGTS
O Fundo de Garantia pode ser usado para dar entrada, amortizar o saldo devedor ou pagar parte das parcelas. Segundo a Caixa Econômica Federal, milhões de brasileiros utilizam o FGTS para facilitar a compra da casa própria.
Simulação detalhada: imóvel de R$ 300.000
Vamos simular a compra de um imóvel de R$ 300.000 para entender na prática quanto você precisa ganhar:
- Valor do imóvel: R$ 300.000
- Entrada (20%): R$ 60.000
- Valor financiado: R$ 240.000
- Prazo: 360 meses (30 anos)
- Taxa de juros: 10,5% ao ano
- Parcela inicial (SAC): aproximadamente R$ 2.770
- Renda mínima necessária: R$ 9.233 (para parcela não ultrapassar 30%)
Como aumentar suas chances de aprovação
Se sua renda atual não é suficiente para o imóvel desejado, existem algumas estratégias que podem ajudar:
- Composição de renda: Some sua renda com cônjuge, pais ou filhos para aumentar o poder de compra
- Juntar uma entrada maior: Quanto maior a entrada, menor a parcela e mais fácil a aprovação
- Melhorar o score de crédito: Um bom histórico financeiro pode garantir taxas melhores
- Quitar dívidas: Menos compromissos financeiros significam mais margem para financiamento
- Escolher imóveis dentro do orçamento: Às vezes, vale começar com um imóvel menor e fazer upgrade depois
Manter suas finanças organizadas é essencial. Use nossa página de calculadoras financeiras para planejar seus investimentos e simular diferentes cenários.
Programas habitacionais do governo
O Minha Casa, Minha Vida oferece condições especiais para famílias com renda de até R$ 8.000 mensais. Segundo o Ministério das Cidades, o programa oferece:
- Faixa 1: Renda até R$ 2.640 - Subsídios de até 95% do valor do imóvel
- Faixa 2: Renda de R$ 2.640,01 a R$ 4.400 - Subsídios e taxas reduzidas
- Faixa 3: Renda de R$ 4.400,01 a R$ 8.000 - Taxas de juros menores que o mercado
Se você se encaixa em uma dessas faixas, o programa pode tornar a compra da casa própria muito mais acessível, com taxas de juros a partir de 4% ao ano.
Conclusão: planeje-se antes de financiar
Saber quanto você precisa ganhar para financiar um imóvel é o primeiro passo para realizar o sonho da casa própria. Lembre-se: a regra dos 30% existe para proteger seu orçamento. Não comprometa mais do que isso, pois imprevistos acontecem e você precisa de margem financeira para emergências.
Antes de assinar qualquer contrato, faça simulações em diferentes bancos, compare taxas, considere usar o FGTS e, se possível, junte uma entrada maior. Com planejamento e disciplina, você conseguirá conquistar seu imóvel sem comprometer sua saúde financeira.
A casa própria é um objetivo importante, mas não deve ser uma armadilha financeira. Planeje-se, simule e só financie o que cabe no seu bolso.
— Orientação de especialistas em finanças pessoais
⚠️ Aviso Legal
As informações deste artigo têm caráter exclusivamente informativo e educacional. Não constituem recomendação de investimento, consultoria financeira, contábil, jurídica ou tributária. Cada pessoa possui uma situação financeira única, e as estratégias apresentadas podem não ser adequadas para todos os perfis. Antes de tomar qualquer decisão financeira, avalie sua situação pessoal e, se necessário, consulte um profissional qualificado. Os valores, taxas e condições mencionados podem sofrer alterações. O Money Hoje não se responsabiliza por decisões tomadas com base neste conteúdo.